quarta-feira, 11 de maio de 2011

As mulheres em Sergipe nos séculos XVIII e XIX


No século em questão, o patriarcalismo era predominante em toda sociedade brasileira. Com isso, as mulheres tinham um papel secundário, ou até mesmo, inexpressivo dentro desta sociedade. Elas não tinham o direito de aprender a ler, e era reclusa no interior dos seus lares, para se ter uma ideia, não ia à mesa com os pais ou mesmo com os maridos e serviam-se dos restos deixados por esses. Elas eram tratadas como escravas. A exceção era feita a uma pequena parcela de mulheres que viviam em cidades maiores, como Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco e outras.
Dentro da aristocracia açucareira, o destino das mulheres eram traçados pelos pais, que por vezes as utilizavam como uma “moeda de troca” em seus acordos políticos e financeiros. Eles escolhiam com quem as filhas casariam buscando sempre um pretendente com boas condições socioeconômicas. Outra atitude tomada era o envio das mesmas para os conventos, essa atitude buscava evitar casamentos com pessoas socialmente inferiores e até mesmo de raças mestiças. Registra-se na sociedade sergipana da época a endogamia, comprovada pelos pedidos de licença encontrados na Relação Eclesiástica da Bahia.
Um fator importante nas mudanças sociais da época foi a chegada da Corte portuguesa em 1808. Os costumes trazidos pela corte, tanto na vida privada quanto na vida social, influenciariam na vida das mulheres de forma que estas saíram do seu enclausuramento e passaram a participar da vida social Corte vindo inclusive, a frequentar escolas somente para mulheres.
Tais transformações foram mais tardias em Sergipe. No entanto, registra-se uma Lei de fevereiro de 1831, a qual criava as primeiras escolas públicas voltadas para o sexo feminino, estas estariam localizadas em cidades como São Cristóvão, Estância, Laranjeiras e Propriá.
O aumento da participação feminina na educação sergipana crescia à medida que a Província se desenvolvia a partir de 1840. Já a partir de 1880, com o surgimento de novas ideias que tomavam o país, começaram a surgir as escolas mistas. As transformações que aconteciam em Sergipe fizeram crescer a atuação feminina na vida social, ao ponto destas dividirem ainda mais o espaço de professoras com os homens.
Como podemos perceber a vida das mulheres naquela época era bastante difícil, mesmo pertencendo a elite aristocrática. Nos cabe como reflexão pensar que se a vida destas era bastante difícil, o que dizer das mulheres pobres, negras e mestiças?